Aproveite as festas sem peso na consciência
2 Agosto 2024
Durante as celebrações de Natal e Ano Novo, o conselho é ter equilíbrio na alimentação
As festas de final de ano estão chegando – e, com elas, os exageros gastronômicos do Natal e do Ano Novo. O que fazer nesse período? Comer tudo que puder ou se esforçar para permanecer na dieta mesmo diante da farta oferta de delícias? Tanto a rigidez para comer pouco como o sofrimento por ter exagerado na comida podem gerar sentimentos negativos, como culpa alimentar e arrependimento.
Para Fernanda Timerman, nutricionista clínica de mudança de comportamento alimentar, é comum sentir culpa quando descumprimos critérios estabelecidos por nós mesmos, despertando a sensação de fracasso e falta de controle. “Essa mentalidade pode se acentuar no final do ano por causa das comemorações e viagens de verão, quando expomos mais o corpo. Ainda assim, é algo já presente na vida de muita gente o ano inteiro”, conta.
Soraia Batista, nutricionista da Pluxee, concorda que o perigo dessa época do ano é o grande número de confraternizações. “É preciso um equilíbrio entre o exagero e a limitação”, afirma ela. “Se a pessoa tem o hábito de tentar sempre fazer dieta, no final de ano ela pode inconscientemente acabar descontando toda a vontade de comer de uma só vez, levando ao exagero e ao sentimento de culpa”.
Alimentação saudável nas festas de fim de ano
Para aproveitar as festas de fim de ano com tranquilidade, sem culpa na mesa, as especialistas dão algumas recomendações:
Não mude a rotina alimentar
É importante continuar fazendo todas as refeições normalmente. Fernanda explica que pular o café da manhã ou almoço no dia da festa para compensar as calorias não é uma boa ideia. “Não é nos 45 minutos do segundo tempo que a pessoa vai conseguir emagrecer, substituindo uma refeição pela outra”, aponta ela. Soraia afirma que, por isso, é muito importante ter uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável ao longo do ano todo. “Assim, pode-se comer de tudo com consciência e não se sentir culpado nas festas de final de ano.”
Faça escolhas inteligentes na hora de montar seu prato
Para aproveitar as comemorações de forma saudável, é importante escolher bem o que comer. Observe as opções e escolha o que mais o agrada. Uma saída é experimentar cada coisa em pequenas quantidades e repetir apenas o que mais gostar. Se mesmo assim ficar com vontade de comer mais um pouco, uma ideia é separar um pratinho para comer no dia seguinte.
Não se sinta pressionado a comer, mas não passe vontade
É importante respeitar os seus limites e comer o suficiente para saciar a fome. O mesmo vale para quem fica com receio de ganhar peso: coma na quantidade que está acostumado. Se exagerar um pouco, lembre que uma refeição não vai impactar uma rotina equilibrada.
Pratique a solidariedade e compartilhe a fartura
Se sobrar muita comida nesses encontros, uma boa ideia é fazer um pratinho para os convidados levarem para casa e, também, separar marmitas para o zelador e outros funcionários do seu prédio e, até mesmo, entre os vizinhos. Assim você evita o desperdício e ainda pratica a solidariedade.
Faça do cuidado com a saúde sua meta para 2025
Se você sente culpa alimentar ou outros sentimentos negativos em relação à comida, é hora de colocar a sua saúde como meta para 2025. As dicas para aproveitar a ceia podem ajudar, mas para quem sofre com compulsão ou falta de apetite precisa buscar ajuda profissional, como a nutrição comportamental.
Cuide da sua relação com a comida
Fernanda aponta que a postura de associar a alimentação sempre com recompensa ou culpa, consideradas normais até mesmo na mídia e nas redes sociais, na verdade pode ser sinal de uma relação doentia com a comida. “Quem enfrenta este tipo de problema pode buscar a nutrição comportamental como tratamento.”
Segundo ela, esta é uma abordagem que vai além do aspecto biológico e leva em conta também a parte emocional e social da alimentação. Com o acompanhamento do especialista, o paciente pode entender melhor a sua relação com a comida, identificando as causas por trás do excesso ou falta de apetite, explica.
Para a nutricionista da Pluxee, a chamada fome emocional é insaciável. “A pessoa come até se sentir totalmente cheia”, explica Soraia. “Isso acontece numa tentativa de esconder algum sentimento ruim ou mal-estar, para ter um alívio por meio da comida – muitas vezes o desejo é por fast food, doces, enfim, alimentos calóricos e pouco nutritivos.”