Burnout: Entenda o seu papel no processo de esgotamento

Mãos tremendo, cansaço extremo, alergias constantes, dores de cabeça, aquela vontade de não sair da cama… Esses são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout, um problema que vem afetando cada vez mais pessoas no mundo inteiro.

Classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como "uma condição mental relacionada ao trabalho", a doença começa silenciosa. Mas, aos poucos, passa a fazer muito "barulho": vai tomando conta do nosso corpo - e da mente - até se apoderar deles. 

Por isso, trabalhar o autoconhecimento é fundamental para entender o que nos leva a essa situação e qual é o nosso papel dentro dela. Mas como fazer isso na prática? Te explicamos a seguir. Fique por aqui para ver:

• O que é o Burnout?
• Processo de esgotamento: como tudo funciona?
• Qual é a relação do autoconhecimento com o Burnout?

O que é o Burnout?

De acordo com a OMS, trata-se de uma "síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso". A doença é caracterizada por três dimensões específicas:

• Esgotamento ou exaustão de energia;
• Distanciamento mental do trabalho, sentimentos de negativismo e/ou cinismo em relação às atividades desempenhadas;
• Redução da eficiência profissional.

É importante ressaltar que a síndrome está ligada apenas ao ambiente laboral - não tem relação com situações pessoais.

Segundo o Ministério da Saúde, a principal causa da doença é o excesso de trabalho. Por isso, tende a impactar os profissionais que atuam sob pressão, carregam grandes responsabilidades ou estão sobrecarregados.

Processo de esgotamento: como tudo funciona?

Os envolvidos em uma doença do trabalho são você e o seu empregador. E cada um tem uma responsabilidade específica sobre a sua saúde, tanto física quanto mental.

Em relação à empresa, o esgotamento acontece por conta das situações que você está vivendo. Ou seja, se tem muitas metas a cumprir, se está constantemente sob pressão e se precisa trabalhar muito mais do que deveria, entre outros exemplos. Essas são as causas. Mas e a sua parte?

É muito importante que você consiga identificar se está contribuindo de alguma forma para o seu quadro de adoecimento. É um processo difícil e longo, que exige autoconhecimento.

Mas qual é a relação do autoconhecimento com o Burnout?

“Em algum momento da sua vida é preciso parar, olhar e se questionar se tem alguma coisa errada. Identificar que é preciso mudar, tomar responsabilidade sobre esse estado”, diz Josiane Pereira, da Katris Consultoria, especialista em desenvolvimento humano e espiritual.

Segundo ela, o agravamento das doenças de trabalho acontece, muitas vezes, por conta da desconexão entre um "eu real" e um "eu idealizado". Este último vai se criando com base nas experiências vividas durante a infância. Uma pessoa que foi muito repreendida, por exemplo, acaba por não dizer as coisas que pensa para não sofrer represálias. Dentro de um quadro de Burnout, esse comportamento faz com os sentimentos fiquem ainda mais represados. Ou seja, acabamos não falando o que estamos pensando, o que está nos incomodando. Passamos a agir de um jeito para agradar os outros e nos colocamos em segundo plano.

Por outro lado, o autoconhecimento nos aproxima de quem realmente somos. Você consegue entender de quais formas está contribuindo para se sentir frustrada diante de uma situação. Assim, tende a lidar com as decepções de outra maneira", ressalta Janaína.

O seu papel é olhar para dentro

As especialistas da Katris dizem ainda que uma forma de nos reconectarmos com quem realmente somos é trabalhar a inteligência espiritual que, segundo elas, é "a capacidade de acessar a sabedoria interior". Quando você consegue fazer esse movimento, passa a acreditar mais em si, se motivar, ressignificar experiências ruins, se perdoar, desenvolver amor próprio e muito mais. 

Mas como fazer isso? O processo é longo e profundo, mas trazemos aqui algumas dicas importantes para você refletir:

• Analise os contextos dos quais você faz parte;
• Tente identificar os seus medos e as suas limitações;
• Mapeie também aquilo que você acredita e defende;
• Quando surgirem pensamentos negativos, principalmente aqueles que te sabotam, tente refletir se fazem sentido. Faça uma lista do que realmente pode justificar aquela percepção;
• Busque agir de acordo com o que você realmente deseja e crê;
• Entenda o que realmente te motiva;
• Pense sobre o seu papel no mundo.

Concluindo

A Síndrome de Burnout é séria - e cada vez mais frequente. Entender qual é o seu papel no processo de esgotamento é fundamental para que você saiba quando é a hora de pedir ajuda e também para que consiga sair dessa situação.

Nessa jornada, um caminho promissor é trabalhar a inteligência espiritual para chegar ao autoconhecimento. Este, por sua vez, te ajuda a evoluir em diversas esferas. Contribuirá para que você veja mais facilmente o que te levou àquela condição e o que pode ser feito daqui para frente. Em termos de futuro, te ajudará a ser uma pessoa - e profissional - mais segura e livre. Pode ter certeza!

E aqui fica um grande alerta em forma de abraço: se você sente que tem algo errado, procure ajuda! Converse com a liderança, verifique se a sua empresa tem algum tipo de suporte psicológico. Não guarde esse sofrimento.

Até a próxima!