Mulher descansa na praia durante suas merecidas férias do trabalho

Férias ou recesso? Entenda as diferenças

9 Outubro 2024

Férias, férias coletivas e recesso não são a mesma coisa! Confira o artigo para saber mais sobre as principais diferenças entre cada um.

No ambiente corporativo, é comum que os colaboradores se deparem com diferentes formas de descanso programado, como férias, férias coletivas e recesso. 

E à primeira vista, esses termos podem parecer sinônimos, mas cada um possui características e implicações legais diferentes, que impactam diretamente o planejamento do departamento de RH e a rotina da empresa. 

A gente preparou um conteúdo para o Blog da Pluxee que aborda as principais diferenças entre o gozo de férias ou recesso, e outros períodos de descanso, oferecendo uma visão clara sobre como o RH deve se preparar para cada um deles. Continue lendo e confira!

Férias individuais: direito e dever

As férias são um direito garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Todos os colaboradores com carteira assinada têm direito a 30 dias de descanso após 12 meses de trabalho, período conhecido como “período aquisitivo”. 

Elas vão além de um benefício: tirar férias é um direito do trabalhador e também é uma forma de garantir sua saúde e bem-estar, permitindo-lhe recuperar as energias para manter sua produtividade no longo prazo.

O trabalhador pode escolher quando tirar as férias, e também pode optar por fracionar seus dias de descanso em até três períodos, sendo que um desses não pode ser inferior a 14 dias corridos e os demais não podem ter menos de 5 dias. 

De acordo com as preferências dos colaboradores, é de responsabilidade do empregador conciliar esses períodos com as necessidades operacionais da empresa, sem comprometer a produtividade. Vale destacar que a concessão das férias também é uma responsabilidade do empregador, que deve notificar o colaborador com pelo menos 30 dias de antecedência.

Além disso, a legislação permite que o trabalhador converta até 1/3 de seus dias de férias em abono pecuniário, ou seja, “vender” parte do seu descanso em troca de remuneração. Essa prática, muitas vezes vantajosa para o colaborador, deve ser cuidadosamente planejada pelo RH para evitar impactos negativos na força de trabalho da empresa.

Leia também: como calcular as férias dos funcionários

Férias coletivas: quando a parada é geral

Diferentemente das férias individuais, concedidas de maneira personalizada, as férias coletivas envolvem a pausa simultânea de todos os colaboradores de uma empresa, ou de determinados setores dentro dela. 

Essa prática, regulada pela CLT, costuma ser utilizada em períodos de menor demanda, como em festas de fim de ano ou em ocasiões de baixa sazonalidade.

Por envolverem muitas pessoas, as férias coletivas precisam seguir um planejamento cuidadoso! O RH deve comunicar com antecedência o sindicato da categoria e o Ministério da Economia, conforme prevê a legislação, além de notificar os colaboradores com pelo menos 15 dias de antecedência. 

Também é importante considerar que, nas férias coletivas, os colaboradores não precisam ter necessariamente completado o período aquisitivo para gozar do descanso. No caso das férias coletivas para quem tem menos de 1 ano de trabalho, esses colaboradores têm direito a tirar dias proporcionais, no mesmo período, e terão seu período aquisitivo zerado, reiniciando o ciclo a partir do retorno ao trabalho.

E uma atenção especial deve ser dada aos menores de 18 anos e maiores de 50, já que, para esses grupos, as férias devem ser concedidas em período único, sem fracionamento, mesmo que a empresa decida dividir as férias coletivas em mais de um período.

Recesso: flexibilidade e ausência de regulamentação

Diferentemente das férias e férias coletivas, o recesso não é regulado pela CLT, o que confere às empresas maior flexibilidade em sua implementação. 

O recesso é, geralmente, um período curto de pausa concedido em momentos específicos, como durante as festas de final de ano ou entre o Natal e o Ano Novo. Embora seja um descanso remunerado, ele não afeta o período aquisitivo de férias e não possui implicações trabalhistas formais.

Por não estar regulamentado, o recesso de fim de ano pode ser negociado diretamente entre empresa e colaboradores, oferecendo uma oportunidade de flexibilidade para ajustar a operação a momentos de menor demanda, sem os requisitos formais que as férias exigem. 

Mas ainda assim, é importante que o RH adote boas práticas de comunicação e planejamento, garantindo que todos os funcionários estejam cientes das condições do recesso, principalmente no que diz respeito à sua duração e remuneração.

Apesar da flexibilidade, o recesso exige cuidado no planejamento para evitar complicações. É necessário um alinhamento com as equipes para garantir que as atividades essenciais da empresa sejam mantidas e que o período de descanso não prejudique o andamento dos negócios. 

Além disso, como se trata de uma concessão e não de um direito, o RH deve estar preparado para lidar com as expectativas dos colaboradores, especialmente se o recesso for implementado de forma desigual entre diferentes setores.

Como o RH pode se preparar para cada período

O papel do RH é fundamental no planejamento e implementação de períodos de gozo de férias ou recesso. 

E para ajudar, nós separamos algumas estratégias para que o RH possa se preparar adequadamente para cada uma dessas modalidades, garantindo o equilíbrio entre a satisfação dos colaboradores e as necessidades operacionais da empresa:

Planejamento antecipado das férias

Independentemente de ser um período de férias individuais, coletivas ou recesso, o planejamento antecipado é essencial para evitar imprevistos. O RH deve manter um calendário atualizado, monitorando os períodos aquisitivos dos colaboradores e antecipando a comunicação sobre férias e recessos com base nas demandas sazonais da empresa.

Por exemplo, durante os períodos de férias escolares, é comum que muitos colaboradores solicitem férias para coincidir com o descanso dos filhos, para poderem curtir mais momentos em família. O RH deve estar preparado para gerenciar esses pedidos e evitar que haja um desfalque grande na equipe, principalmente em setores essenciais. O mesmo vale para as festas de final de ano, que coincidem muitas vezes com férias coletivas e recessos.

Comunicação clara e transparente

comunicação é uma ferramenta poderosa para o sucesso na gestão de qualquer um desses períodos. O RH deve garantir que todas as informações sejam repassadas de forma clara, transparente e com antecedência. Isso inclui prazos para solicitação de férias, datas de início e fim de férias coletivas ou recesso, além de explicar as implicações legais de cada uma dessas modalidades.

Uma comunicação eficiente não só evita dúvidas e mal-entendidos, como também fortalece o relacionamento entre empresa e colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso.

Ajustes operacionais

Quando se trata de férias coletivas ou recesso, é importante que o RH, em conjunto com os gestores, planeje como serão feitas as compensações de trabalho durante os períodos de ausência. 

Dependendo da área de atuação da empresa, pode ser necessário reorganizar as tarefas, delegar funções temporárias ou, em alguns casos, adotar a prática de terceirização para garantir que as atividades mais críticas sejam mantidas.

Para as férias individuais, o RH deve contar com uma escala de férias bem definida, que leve em consideração tanto as preferências dos colaboradores quanto as demandas da empresa. Assim, é possível evitar que vários funcionários do mesmo setor tirem férias simultaneamente, o que pode comprometer a produtividade e até mesmo o funcionamento do negócio.

Equilíbrio entre empresa e colaborador

O RH deve sempre buscar o equilíbrio entre as necessidades da empresa e os direitos dos colaboradores! 

As férias e o recesso são períodos importantes para a saúde física e mental dos trabalhadores, mas também exigem que a empresa se prepare para manter suas atividades em dia.

Entender como funcionam as férias coletivas de fim de ano, as individuais e todas as diferenças entre seus processos é essencial para que o RH possa planejar de forma estratégica esses períodos de descanso. 

Embora cada tipo tenha suas particularidades, o foco principal deve ser garantir que os colaboradores aproveitem seu direito ao gozo de férias ou recesso sem comprometer o andamento das operações da empresa. A preparação antecipada, a comunicação clara e o ajuste das atividades são os pilares de uma gestão que é eficaz e que valoriza tanto o bem-estar dos colaboradores quanto a continuidade dos negócios.