
Dia Internacional da Mulher: como fazer a diferença na empresa
5 Fevereiro 2025
Confira um guia com 33 formas de combater o machismo e a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho
O que Ada Lovelace, Carolina Michaelis, Simone de Beauvoir, Angela Davis e outras tantas mulheres têm em comum? A coragem, a luta contra o machismo e, claro, o trabalho.
Elas ganharam o mundo por fazerem coisas à frente de seus tempos, por defenderem causas tão necessárias, como o direito das mulheres de trabalhar, e por exercerem atividades que inspiraram tantas gerações. Com suas atitudes, elas abriram — e vêm abrindo — caminhos para outras profissionais ganharem o mercado.
No entanto, por mais que exista uma grande evolução nesse sentido, ainda existem muitas barreiras a serem quebradas ou ultrapassadas. E é daí que vem a necessidade (e urgência) de lideranças e empresas adotarem um comportamento anti-machista para garantir ambientes mais respeitosos, seguros, acolhedores e justos.
Pensando nisso, que tal aproveitar esse 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, para pensar melhor sobre como contribuir para que o caminho desbravado por Ada, Carolina e tantas outras seja percorrido por todas?
E para te ajudar nessa missão, a Pluxee listou 33 formas de apoiar a igualdade de gênero e contribuir para a expansão e solidificação do lugar da mulher no mundo corporativo, criando um ambiente de trabalho cada vez mais feliz, harmonioso e igualitário. Vem ver como fazer parte desta luta!
33 formas de combater o machismo e apoiar a luta feminina no mercado de trabalho
1 - Numa entrevista de emprego, nunca pergunte sobre a vontade de ter filhos e outros aspectos pessoais que não têm relação alguma com a vaga.
2 - Não julgue se a mulher precisar se ausentar por problemas com a família, sobretudo com os filhos. Pelo contrário: um ambiente flexível faz toda a diferença.
3 - Jamais coloque em dúvida a capacidade mental de uma profissional ou duvide de suas habilidades. Caminhe no sentido oposto: crie um canal de denúncias e puna quem tiver comportamentos do gênero.
4 - Não considere a mulher raivosa só porque se posiciona.
5 - Não ache que distribuir bombons, flores ou qualquer presente é o suficiente para "comemorar" o Dia da Mulher e sua história. Os agrados até são bem vindos, mas é importante lembrar que a data tem um significado muito mais profundo, e que os presentes não tem valor algum se não vierem combinados com mudanças reais de pensamentos e atitudes.
6 - Falando em presentes, se a empresa ainda considerar a atitude necessária, a melhor opção é oferecer algo que valorize o talento e a presença das profissionais, e tentar fugir de itens relacionados à beleza. Você pode pensar em vale-presentes, cursos, livros e outros tipos de reconhecimento que estejam ligados a aspectos profissionais ou ao bem-estar.
7 - Não tenha uma política salarial desigual. Pessoas com cargos semelhantes devem ganhar uma remuneração igual, independentemente do gênero.
8 - Não indique apenas homens para cargos de liderança. Privilegie sempre a igualdade de gênero – a empresa só tem a ganhar com a diversidade no ambiente de trabalho.
9 - Não seja omisso se presenciar alguma situação de assédio ou de machismo na empresa. Valide o depoimento da mulher e leve o assunto adiante, para ser resolvido com justiça.
10 - Não seja conivente com práticas como o mansplaining, que é quando o homem faz questão de explicar algo que a profissional já sabe, e manterrupting, conceito que dá nome a uma série de interrupções feitas pelo homem quando a mulher está falando. E para aprender a evitá-las, conheça mais expressões similares no nosso dicionário antimachista.
11 - Não exclua os homens de debates sobre machismo, assédio no trabalho e outros temas ligados a esse universo. Muitas vezes, somente as mulheres são convidadas para ações deste tipo, mas todos precisam estar cientes e obter conhecimentos para evoluírem.
12 - No Dia Internacional da Mulher, evite frases do tipo: "parabéns, vocês deixam o mundo mais bonito" ou então "vocês merecem todas as flores do mundo". A intenção da data não é ressaltar características consideradas tipicamente “femininas”, mas sim para fortalecer a luta das mulheres pela igualdade de gênero e pelo fim do machismo.
13 - Nunca deixe de escutar o relato de uma mulher - este acolhimento é imprescindível para detectar problemas que podem estar acontecendo na equipe.
14 - Não tolere casos de machismo, preconceito e outras questões semelhantes que ameaçam a participação da mulher no mercado de trabalho. Tenha um canal que possa aceitar denúncias de uma forma acolhedora (e anônima).
15 - Mulheres que se posicionam são vistas como bravas e mandonas, enquanto homens com a mesma conduta costumam ser admirados. Não seja conivente com isso.
16 - Segundo a pesquisa O Fenômeno da Impostora, feita pela Discovery Brasil, 41,7% das mulheres dizem que os homens não se enxergam no mesmo nível que elas. Não corrobore com esse comportamento.
17 - Não abafe a voz das mulheres. Aproveite a data para convidá-las para fazer palestras e dar depoimentos interessantes sobre a participação feminina no mercado de trabalho.
18 - Não seja superficial: a política de igualdade de gênero deve ser consistente para obter resultados genuínos. Criar um comitê de diversidade, equidade e inclusão na empresa pode ser um ótimo caminho para começar.
19 - Não privilegie os homens nos programas de capacitação/educação corporativa. Todos devem ser convidados a participar de cursos e treinamentos que visam o aprimoramento de habilidades importantes para o trabalho.
20 - Nunca seja conivente ou promova qualquer tipo de constrangimento no retorno da mulher às atividades depois de uma licença-maternidade. A empresa deve ter uma política de acolhimento, com maior flexibilidade de horários e frequência de idas ao escritório.
21 - Não julgue, exclua, rotule ou trate com rispidez as mulheres devido a alterações de humor, e não tolere associações com o ciclo menstrual como uma justificativa para julgamentos. Tente entender os reais motivos e ofereça suporte psicológico, se necessário.
22 - Não ofusque as conquistas das mulheres dentro da empresa. Use a comunicação interna para divulgar premiações, feitos interessantes e outros episódios positivos. É uma excelente forma de inspirar as profissionais.
23 - Não aceite práticas que desencadeiem a "síndrome de impostora", sentimento que faz a mulher se sentir inferior, levando a atitudes de autossabotagem. O suporte psicológico também pode ser uma ótima maneira de combater tal insegurança.
24 - Não finja que o problema está apenas dentro do escritório – incentive ações sociais junto a comunidades e organizações não-governamentais que atuam nessa esfera.
25 - Não tenha um processo de recrutamento limitador. Para se ter uma ideia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina no mercado de trabalho é cerca de 20% inferior à masculina. Cabe às empresas promoverem seleções justas, que olham para as habilidades de cada profissional e que garantam a equidade de gênero.
26 - Nunca ignore informações relacionadas à igualdade de gênero que possam contribuir para a evolução da empresa toda. Se um assunto entrar em destaque, por exemplo, uma boa ideia é convidar especialistas para falarem sobre o tema.
27 - Para 28% dos homens, fazer piadas ou contar histórias de natureza sexual é uma prática aceitável no dia a dia de trabalho, segundo uma pesquisa feita em 2020 pelo Instituto Ipsos. Compactuar com esse tipo de atitude é uma prática inaceitável. Mostre que a empresa vai contra e que pode punir quem agir dessa maneira.
28 - Não ignore leis e regras trabalhistas criadas especificamente para assegurar o direito das mulheres trabalharem e terem dignidade no mercado de trabalho. Alguns exemplos são: licença-maternidade, licença-paternidade, garantia de emprego da gestante e descanso no caso de aborto natural, entre outros.
29 - Não compactue com o bropriating, que é quando um homem se apropria da ideia de uma mulher. Por mais absurdo que possa parecer, é uma prática comum no trabalho. Por isso, a importância dos canais que mencionamos para o recebimento de queixas.
30 - Outro episódio recorrente de machismo no universo profissional é o gaslighting, um abuso psicológico que faz a mulher acreditar que enlouqueceu. A empresa também deve combater esse tipo de conduta, oferecendo suporte psicológico para quem passou pelo problema.
31 - Nunca deixe de evoluir. Questione sempre se a sua empresa trata a diversidade e a igualdade de gênero como deve ser.
32 - Não tolere falas machistas, como "deve ter saído com o chefe", "deve estar de TPM", "ela é muito macho mesmo", "tinha que ser mulher" e por aí vai.
33 - Acima de tudo, seja uma liderança aliada do anti-machismo. Não basta não ter falas ou comportamentos do gênero: é preciso lutar contra esse problema estrutural que afeta todas as mulheres, independente do cargo, da idade ou da área de atuação.
Direito das mulheres: seja um apoiador dessa luta
O Dia Internacional das Mulheres é uma data que lembra a responsabilidade de todos nesta luta por respeito, direitos iguais e acolhimento.
Porém, ela é apenas uma ocasião que reforça a importância do tema, mas a causa deve estar em pauta o ano inteiro. Por isso, tenha ações efetivas na sua empresa, com uma política de igualdade consistente, e não apenas ações temporárias ou superficiais.
Há uma frase icônica - e atemporal - da filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir sobre a importância da atividade profissional na luta das mulheres. Segundo ela, "é pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta".
Cabe a líderes e empresas defenderem essa premissa. Podemos contar com você?
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