O metaverso pode transformar a forma como a gente trabalha e isso impacta diretamente nos processos de RH

Metaverso: o que é e como pode revolucionar o RH

18 Janeiro 2023

Já ouviu falar sobre o tema, mas tem muitas dúvidas? Aqui é o seu lugar! Entenda como a tecnologia pode impactar as empresas

O que é metaverso? 

Você já se pegou fazendo essa pergunta? É normal ter muitas dúvidas sobre um tema que é tão atual, cheio de incertezas e informações desencontradas. Mas a verdade é que esse mundo virtual tão falado vai impactar as empresas e, sobretudo, a gestão de RH.

Há muitas especulações sobre como isso vai acontecer na prática - e até mesmo alguns experimentos já realizados. Quer saber de uma vez por todas o que isso significa? Fique conosco por aqui. Você verá:

 

Como funciona o metaverso?

É um ambiente virtual coletivo, paralelo ao mundo real. Segundo definição da consultoria Gartner, é a convergência entre a realidade física e a digital. Conectar-se a ele não depende apenas de um único dispositivo ou fornecedor. Pelo contrário: requer uma combinação de tecnologias e hábitos, como realidade aumentada, estilos de trabalhos flexíveis, óculos inteligentes, Internet das Coisas (IoT), 5G e Inteligência Artificial, entre outros.

Tudo isso permite que as pessoas se comuniquem, tenham experiências sensoriais, criem relações e estabeleçam uma realidade paralela nessa vida virtual. Há, inclusive, uma economia própria, com moedas virtuais e tokens não fungíveis (NFTs) - um certificado digital que atesta a posse de algo.

De acordo com a Gartner, "trata-se de um ambiente virtual compartilhado, uma evolução do que temos hoje nas redes sociais". A projeção da consultoria é de que, até 2026, 25% das pessoas passem pelo menos uma hora por dia no metaverso virtual para atividades de trabalho, compras, educação, mídia digital e/ou entretenimento.

Futuro do trabalho e metaverso: quais são as previsões? 

Primeiro é fundamental entender o que é possível fazer nesse ambiente virtual. Se liga nessa listinha feita também pela Gartner, que é especialista no assunto:

  • Compra de roupas e acessórios para avatares online;

  • Compra de terrenos digitais e construção de casas virtuais;

  • Participar de experiências sociais;

  • Compras em shoppings virtuais por meio de comércio imersivo;

  • Usar salas de aula virtuais para experimentar o aprendizado imersivo;

  • Comprar arte digital, colecionáveis e ativos (NFTs);

  • Interagir com robôs/sistemas para integração de funcionários, atendimento ao cliente, vendas e outras interações comerciais.

 

Todas essas possibilidades impactam diretamente os negócios, que terão mais oportunidades à disposição. Espera-se que, em geral, os modelos sejam cada vez mais descentralizados e colaborativos. Haverá um volume maior de pessoas atuando em diferentes localidades físicas e convivendo em um único ambiente digital. E aqui já dá para entender a revolução que esse “mundo metaverso” pode representar para o setor de RH

Será uma nova forma de se relacionar com as pessoas e fazer a gestão estratégica de RH. Por isso, é importante se preparar. Mas antes de dar qualquer passo, a Gartner faz um alerta importante: "a adoção das tecnologias do metaverso ainda está em estágio inicial, por isso as empresas devem limitar seus investimentos por lá". 

Do lado da força de trabalho, a receptividade já é expressiva. Uma pesquisa feita pela empresa ExpressVPN mostrou que 57% dos funcionários têm interesse em experiências imersivas, a partir do metaverso.

O que muda no RH?

Há muitas oportunidades para o setor. E alguns processos já estão sendo feitos no mundo virtual. Bora ver o que está rolando - e o que aparece como grandes promessas?

Recrutamento
Atrair os melhores talentos é um dos principais desafios do RH, que costuma ter algumas cartas na manga. Uma delas é a realização de feiras de recrutamento. No metaverso, uma vez que se trata de um evento virtual, há uma grande possibilidade de receber profissionais de todas as localidades do mundo.

Na ocasião, dá para convidar as pessoas para uma visita à empresa, mostrando toda a sua infraestrutura e funcionamento. Tours virtuais têm grande potencial para conquistar os profissionais, pois conseguem mostrar a realidade com maior precisão do que uma conversa pelo telefone, por exemplo.

Além disso, os processos seletivos enriquecem quando há o suporte de ferramentas digitais para realizar uma entrevista virtual, por exemplo. É possível abrir o leque de possibilidades com o processo seletivo virtual, o que contribui para tornar as equipes mais diversas. Pessoas com diferentes culturas e experiências de vida enriquecem as entregas, o que pode influenciar diretamente nos lucros de uma companhia, conforme detectou a consultoria McKinsey em um estudo sobre o tema.

Dia a dia de trabalho

O trabalho remoto tornou-se uma realidade na pandemia - e só tende a evoluir com o metaverso. Será cada vez mais comum a realização de encontros e atividades colaborativas mediadas pela tecnologia, como um meio de realização de reuniões virtuais, por exemplo. Isso impacta a gestão de pessoas, que passa a ser feita, em sua maior parte, a distância, a partir de ambientes virtuais.

Tais espaços serão cada vez mais imersivos, com o uso de avatares e de dispositivos chamados de "mãos livres", como óculos e capacetes (diferentemente do que acontece na maior parte das empresas hoje, que dependem de computadores e celulares).

Quer um exemplo concreto? A empresa Meta (antigo Facebook) criou uma ferramenta chamada Horizon Workrooms, que permite fazer atividades, encontros e reuniões a partir de técnicas de realidade virtual (RV). Equipes podem colaborar em tarefas simultaneamente, usando apenas um headset e um óculos.

Recentemente, Bill Gates, cofundador da Microsoft, fez uma previsão sobre o tema em seu blog pessoal. Segundo ele, em três anos, a maior parte das reuniões virtuais acontecerão no metaverso, com avatares digitais.

Treinamento das equipes

O metaverso permite criar experiências de aprendizado interativas e imersivas, sobretudo com a ajuda de recursos de realidade virtual (RV). Está aí uma boa oportunidade para dinamizar os treinamentos nas empresas que usam realidade aumentada, por exemplo. 

O formato digital já é uma realidade no mercado, embora exista muito espaço para evoluir. De acordo com o estudo Panorama do Treinamento do Brasil, divulgado pela ABTD, 44% do total de horas dedicadas às formações aconteceram à distância entre 2020 e 2021, sendo que, destas, 18% foram realizadas ao vivo.

Para os treinamentos, a maior promessa é, sem dúvida, a RV. Tanto que grandes companhias já adotaram a tecnologia, a exemplo de TikTok, Microsoft e Vodafone. Para se ter uma ideia, segundo um estudo da consultoria PwC, essa modalidade pode reduzir em 40% o tempo destinado para cada capacitação  e aumentar o desempenho em até 70%. 

A expectativa, segundo um estudo da ARtillery Intelligence, é de que os investimentos nesse tipo de tecnologia saltem de US$ 829 milhões (registrados em 2018) para US$ 4,26 bilhões em 2023. 

Contratações no metaverso
Como as possibilidades de contratação aumentarão, o RH terá de adaptar a sua infraestrutura. Cada vez mais será preciso investir em plataformas capazes de conectar as pessoas. Também será necessário ter um olhar extremamente cuidadoso para questões relacionadas à saúde mental, uma vez que concentrar as atividades nu universo virtual pode levar ao isolamento social e a outras questões relacionadas a interações feitas somente por canais digitais.

Promover ações voltadas ao bem-estar físico e emocional, com suporte psicológico e estímulo às atividades físicas, continuará sendo prioridade para o RH.

Como entrar no metaverso?

Aos poucos, o metaverso vai ganhando espaço na rotina das empresas - e um universo de possibilidades se revela, sobretudo na atração de talentos e no treinamento das equipes. Por isso, para entrar nesse universo do mundo virtual, é preciso ter atenção às mudanças do mercado para saber ao certo a hora de dar novos passos com segurança.

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